Entenda um pouco do funcionamento do Sistema de Alerta Precoce

O Sistema de Alerta e Resposta Rápida é o módulo do SAP voltado a antecipar riscos de desabastecimento e orientar ações de resposta antes que a situação se torne crítica. Ele combina, em um mesmo painel operacional, três eixos: monitoramento contínuo de reservatórios, com níveis absolutos, percentuais e tendências; projeções de escassez a partir de cenários climáticos e de demanda (curto e médio prazos); e indicadores de calamidade iminente, como disponibilidade hídrica per capita, índices de precipitação (e sua anomalia), sinais de seca agrícola e hidrológica, impactos setoriais (abastecimento urbano, irrigação, pecuária, energia) e estimativas de perdas ou prejuízos.

O componente preditivo combina séries históricas com previsões de precipitação e de vazões para calcular janelas de esgotamento (tempo até atingir volumes críticos) e horizontes de recuperação (tempo estimado para sair de faixas de risco mediante chuvas ou ações de gestão). Esses cenários são exibidos em gráficos e mapas, permitindo comparar “o que acontece se” em diferentes ajustes de demanda, operação de reservatórios e condições de chuva. A lógica é apoiar decisões antes do ponto de não retorno, tornando explícitas as incertezas associadas a cada projeção.

Para transformar alerta em resposta, o módulo está sendo desenhado com rotas de notificação multicanal e planos de ação vinculados a gatilhos. Sempre que um indicador cruza determinado limiar, o sistema registra o evento, notifica as equipes cadastradas e abre um checklist de resposta com prazos, responsáveis e evidências requeridas (por exemplo, nota técnica, boletim municipal, divulgação pública).

“A seca por aqui” é uma iniciativa colaborativa do SAP pensada para transformar evidências locais em um retrato vivo da seca no Brasil. Pessoas de qualquer região do país podem enviar fotos e a localização aproximada que ilustrem como a seca se manifesta no seu território. Esses registros, quando reunidos em um único ambiente, revelam padrões espaciais e temporais do fenômeno, permitindo observar diferentes intensidades e impactos sobre ecossistemas, meios de vida e infraestrutura, compondo, em tempo quase real, um panorama nacional acessível.

O funcionamento combina participação cidadã com curadoria técnica. Ao submeter um registro, a pessoa usuária informa data, localização e uma breve descrição do contexto; marcadores simples facilitam a classificação inicial. Um filtro automático cuida de qualidade e duplicidades, e uma verificação leve checa coerência básica. Os envios aprovados passam a integrar um mapa interativo e uma galeria pública, onde podem ser filtrados por bioma, município, bacia hidrográfica, período e tipo de evidência.

Os dados coletados alimentarão painéis, relatórios periódicos e boletins temáticos que podem ser baixados por qualquer interessada(o). A posição exibida no mapa é generalizada para proteger identidades e propriedades, e não são aceitas imagens com pessoas identificáveis ou dados sensíveis em destaque. Todo conteúdo passa por moderação, segue licença aberta não comercial (com crédito) e conta com canal de reporte. 

O resultado esperado é um atlas colaborativo, continuamente atualizado, que mostra o “agora” e, ao mesmo tempo, conversa com a história climática de cada lugar. Ao conectar ciência cidadã, indicadores do SAP e governança pública, a iniciativa amplia a capilaridade do monitoramento, melhora a transparência e fornece subsídios para priorizar ações, orientar investimentos e fortalecer a adaptação.